segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Fim de ano! 2011 se foi, que venha 2012!

Presidente nova no Brasil - momento histórico para a nação já que foi Dilma Roussef, uma mulher, a eleita a exercer o cargo por quatro anos! Precisamos continuar neste caminho, nossa pátria merece o continuar seu processo de combate à pobreza e à miséria. Neste fim de ano, entretanto, ficamos com muitas saudades do Presidente Lula. A saída de ministros do governo federal, num comportamento nada fraterno de nossa presidente, nos deixou com saudades da solidariedade e da seriedade de cumprir compromissos que eram as características do nosso Lula.

Por outro lado, é muito interessante ver a oposição e, principalmente os tucanalhas (PSDB), que ficaram o ano inteiro querendo, melhor "querendo", posar de éticos e, no final de ano um livro-bomba arrasou o ninho da ave corrupta e corruptora! Especialmente sua ave de maior plumagem.... e roubalheiras! Que venha a CPI da privataria!

Espero que 2012 veja o fanatismo religioso sendo questionado por parcelas maiores da população. Basta de fé cega! É preciso fé e faca amolada! Precisamos extirpar da vida pública quem está usando a política e parte da mídia para difundir o fanatismo religioso que, historicamente, promove a discórdia e ódios entre vários setores da sociedade. O Brasil não pode se transformar numa República Cristã, o Estado deve ser laico, admitir toda e qualquer religião e os que não acreditam em deus ou deuses. Estado laico garante o direito de culto, mas não impõe a nenhum cidadão ou cidadã que siga esta ou aquela religião. Essa é a tradição da sociedade brasileira garantida até na frase expressa na Bandeira Nacional: Ordem e Progresso.

2012 tem eleições municipais. Deveremos escolher nossos vereadores e os prefeitos. Cada um deverá votar em um nome para cada um desses cargos (vereador e prefeito). Tenho esperanças que desta vez cada eleitor ou eleitora estude a vida dos candidatos, que verifique, com todos os recursos que possua (biblioteca, hemeroteca, internet, conversas com vizinhos, professores, médicos, advogados, etc) como foi até este ano a vida de cada um dos candidatos. Àqueles que votam só na legenda do partido, chamo a atenção que o Brasil é um país onde o programa do partido é questionado internamente por várias facções de todos os partidos - portanto é preciso conhecer bem qual o tipo de pessoas que está merecendo seu voto. E após as eleições, procurar saber se ele foi eleito, se o partido dele foi o que obteve maioria na Câmara dos Vereadores e/ou elegeu o/a chefe do poder executivo. Nunca esquecer em quem votar ajuda o país a aprimorar a qualidade dos homens públicos que elegemos.

No ano novo esperamos que o Brasil avance nas conquistas dos oprimidos e explorados. Queremos a criminalização da homofobia, uma educação para a diversidade, uma Justiça cada vez mais ágil e rápida que puna os bandidos e garanta direitos aos atingidos por qualquer forma de violência e violação de direitos.

Continuo sonhando que um dia chegaremos a uma sociedade mais justa, igualitária e democrática. Acredito que para atingirmos isto é necessária a união dos trabalhadores da cidade e do campo. O Brasil está se desenvolvendo cada vez mais como potência industrial e é um dos maiores países do mundo na produção agro-pecuária! Seus trabalhadores merecem um padrão de vida mais digno!


Eu quero, dessa forma, apresentar meus votos de muita paz, saúde, amor e prosperidade!

Viva 2012!



Viva o Socialismo e a Democracia!

Avançar ao Comunismo!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Saber lutar!

Todo dia eu me enfrento para saber da minha capacidade de luta. Esta tensão ocorre porque sou bipolar e meu humor varia muito. Os pensamentos de cometer suicídio são quase cotidianos e, tal qual este sentimento, a vontade de brigar, e brigar pela vida também.

Eu não quero cair na imbecilidade de que deus existe e nos protege. Seria falsear um sentimento que deve ser constituído por muita consciência do que sou, do que quero e para onde vou. Se deus existe ou não, eu deixo a discussão para a Filosofia (que muitas vezes estou lendo), para a Metafísica (se é que isso pode ser considerado ciência), para a Política (onde as armas do enfrentamento são buscadas para se submeter um ao outro) e para o sentimento de cada indivíduo, cada companheiro/a deste lugar que chamamos Vida.

Eu queria ter uma ideia do que é saber lutar, eu não tenho ideia nenhuma. Sei ou não que, só em estar respirando, eu já estou lutando. Acho ainda (acho?), estando aqui, sentado na frente do computador, escrevendo, estou lutando. Porém só creio que minha luta só interessa a mim próprio, porque interessariam às pessoas um cara cheio de minhocas na cabeça? Alguém estaria preocupado com uma pessoa que sofre todo dia de depressão, mania, alteração de humor ou seja lá o que for as consequências em ser um portador de transtorno bipolar?

Sei que, na verdade, tenho muitas esperanças no meu tratamento psiquiátrico. Sei que está difícil manter este tratamento em condições ótimas porque o salário de um aposentado por invalidez não aumenta como os das pessoas que estão em atividade. Eu poderia reverter....tentar voltar para o trabalho e aguardar a aposentadoria normal, mas será que eu sobreviveria? Será que eu não cometeria algum mal irremediável a alguém ou algo referente ao exercício profissional?

Hoje eu desisti de ser um alfabetizador voluntário para a Prefeitura do Guarujá. Confesso que estou muito triste por não ter insistido e tentado participar da seleção e - quem sabe - vir trazer pessoas, que vivem nas trevas da subcidadania, à inclusão social. Eu refleti muito! Eu poderia colocar pessoas em risco e também me colocar em risco. Afinal ninguém é obrigado a saber o que é bipolaridade!

Hoje, também, fiquei com uma inveja imensa (boa, mas inveja) do meu companheiro, Murilo, ao ele fazer uma declaração de amor à sua mãe. Como eu queria poder fazer isto também! Como eu gostaria de acreditar que temos uma outra vida depois desta! Como eu gostaria de falar, de sentir o afago, de saber que ela, minha mãe, está sempre zelando por mim.

Meu ateísmo não permite estas fraquezas...

Meu ateísmo é um incômodo! Saudável? Revelador? Forte? Dúbio?

Vou terminar com um provérbio de um site que gostei muito:

"O coração em paz, vê uma festa em todas aldeias." provérbio hindu.

sábado, 19 de novembro de 2011

Choque de cultura ou imbecilidade humana?

Acabei de receber em minha casa um europeu. Por que essa gente é tão preconceituosa e imbecilizada por um passado de ódios, manipulações ideológicas e desejam perpetuar, em nosso planeta, seu ponto de vista tão excludente e maldito?

Seria motivo de avaliação pelos europeus do seu passado de perseguição dos judeus e dos comunistas. Os primeiro foram responsáveis pelo genocídio de 8 milhões de pessoas - 8.000.000 de indivíduos indefesos e que foram para a morte sem saber que isso iria acontecer. Tendo sido utilizado um método científico tão maléfico que o horror chega a provocar dúvida em algumas mentes mais sensíveis e outras demoníacas. Os segundo, os comunistas, que governaram com mão de ferro povos que só têm o ódio étnico, o nacionalismo tacanho, o amor à prostituição, ao narcotráfico, à máfia e ao comportamento mais execrado na face da terra, o orgulho de ser caucasiano! No comunismo as mulheres tinham direitos iguais aos homens, aos trabalhadores não faltavam empregos, capacitação tecnológica, educação e esportes para seus filhos, havia o incentivo à participação política construtiva e renovadora dos quadros do país, enfim não era um mar de rosas com a falta da liberdade e os comunistas se isolando enquanto uma nova casta que não se submetia a mesma condições de seus compatriotas. Porém, conseguia ser muito melhor do que assistimos hoje naqueles países: o terror da barbárie capitalista!

Mas queria falar do europeu que estava aqui.

Choque cultural???? Ele não toma banho, só faz meio corpo. Quando chegou aqui há um mês ensinei como tinha que se limpar quando chegasse da praia, para não encher de areia o quarto e o apartamento: palavras que caíram como vãs nos ouvidos seletivos do "branco". Na limpeza dos utensílios de cozinha (incluindo copos e xícaras) ele passava uma água e deixava tudo cheio de gordura e restos do que havia comido.

O famigerado está indo embora nesta próxima manhã de domingo! Eu fico aliviado porque o plano inicial era dele ficar mais dez longos dias. E eu enlouquecer com um homem que não sabe respeitar o espaço dos outros. Um monstro que coloriza todas as pessoas. As mais africanas, pretos. As mestiças, capuccino. As mais brancas, "poderiam ser iguais à da Austrália". Ufa. Que nojo!

Agora, na hora de receber um europeu em minha casa (se eu ainda o permitir) terei que fazer um questionário prévio para ver se aceito. Não quero correr o risco de ter que sentir vontade de vomitar com a presença de pessoa tão indigesta e babaca!

O racismo, a intolerância étnica e o comportamento imundo deixam marcas!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

COMEMORAR A VITÓRIA DO AMOR!


O Brasil deu um pequeno, mas importante, passo para que o Amor Entre Pessoas do Mesmo Sexo seja respeitado e validado pelos cartórios do país.

http://www.conjur.com.br/2011-out-25/stj-reconhece-casamento-civil-entre-pessoas-mesmo-sexo

A Constituição é clara e a jurisprudência toda ratifica as uniões entre pessoas do mesmo sexo. Não há mais motivo para o Poder Legislativo se omitir frente a questão de combater a homofobia e a ratificação pelo Congresso Nacional de um direito que todos os cidadãos brasileiros possuem. Aliás, é só este poder da República que continua sendo palco de manifestações homofóbicas, criminosas e preconceituosas. O Legislativo já nos envergonha na permeabilidade à corrupção e às falsas acusações de corrupção. É no parlamento brasileiro que as idéias mais funestas ao país encontram eco. Tais ecos não seriam perigosos se não promovessem a exclusão social de amplas parcelas do povo brasileiro.

O Poder Executivo deixa a desejar na questão de combate à homofobia, apesar dos esforços descomunais do Sr. Paulo Vanucchi e da Sra. Maria do Rosário. As Conferências Nacionais são uma vitória. O atendimento pelo Disque 100 é oportuno. Mas ainda existe uma insatisfação nas políticas públicas, especialmente com a atuação do Ministério da Educação. Porém, pode-se dizer que este poder está mais bem formado, atua de forma bastante científica e laica na condução da gestão federal. Fica, entretanto, o alerta: basta de intromissão de religiosos fanáticos, homofóbicos e machistas.

O nosso povo e a comunidade LGBT está esperando, ativamente, que as Leis no país mudem e criminalizem a homofobia!

Direito se conquista!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Abraçando nossa língua portuguesa...

Hoje recebi uma mensagem eletrônica de uma amiga maravilhosa, a Már. Foi um texto do Mia Couto, um moçambicano dos melhores, dos melhores seres deste nosso planeta que busca saídas para situações milenares, seculares, de anos de opressão e exploração. Fiquei tentado a escrever algo que penso sobre a língua que falamos, das gírias, dos sotaques e da realidade nua da dominação daqueles que não amam a si próprios enquanto imersos em sua própria cultura, em sua maneira de encarar o futuro e a vida como está.

É uma tentação boa neste nosso Brasil que mudou muito nos últimos anos, em que nós, brasileiros e brasileiras, passamos a nos orgulhar da Pátria em que vivemos. Ainda bem que somos mais seletivos e não sucumbimos à triste mensagem dos nossos meios de comunicação (ainda monopolizados) sequer reproduzir o que os analistas internacionais, gabaritados e independentes, descrevem ao mundo todo do que se passa no Brasil. Um país próspero, com um povo trabalhador, alegre e criativo. Nossa imprensa é "achável" (acha isso e aquilo e não encontra nada...só fica o "acho"), é velhaca (só reproduz aquilo que nos inferioriza) e é saudosa dos tempos em que a liberdade era perseguida, presa, torturada e morta, nos tempos da "ditabranda"...

Eu não tenho mais esperança de um Brasil justo com seu povo, em que suas riquezas estejam mais bem distribuídas entre as pessoas do nosso planeta que ainda choram de fome. Participo, com meus tijolinhos (votos, conversas, leituras bem escolhidas, protestos, insatisfação, etc), de um país que encontrou sua força, que, finalmente é mais feliz, faz o mundo ser melhor e trabalha cotidianamente para que nada falte a seus e suas compatriotas e amigos na humanidade. Meu Brasil não é mais um país "do" futuro, é um país que está fazendo cada vez melhor o seu presente e assusta a quem nunca valorizou nosso povo mais pobre, nosso povo sedento de educação, formação técnica, humana, ética, capaz de modificar o que é ruim em algo bom, para todos, universal. Eu tenho certeza num Brasil poderoso, agente da paz, da fraternidade entre os povos e eficaz na sua capacidade de combater a miséria e promover o entendimento plural entre as nações.

Infelizmente isso entristece uma classe média que sucumbe à humilhação que os poderosos oligarcas impõem à Nação. São pessoas que transformam suas vidas vazias, cheias de dinheiro, poder, corrupção (são eles que corrompem os políticos, policiais, o setor público) e autoelogios...
http://veja.abril.com.br/blog/consultorio-sentimental/arquivo/o-autoelogio/

Nossa língua é cada vez mais poderosa e internacional. A força do nosso crescimento econômico vigoroso, consistente e baseado em nosso mercado interno (que incorpora milhões ao consumo, estimulando o crescimento contínuo da produção interna) faz com que a língua portuguesa seja revalorizada onde estava perdendo terreno e redescoberta pelos nossos próprios patrícios europeus. É fundamental que Portugal retome, também, (afastando os neoliberais que reinam por lá) seu caminho de independência, de Justiça Social, Democracia e Solidariedade - enfim o Espírito de Abril, dos capitães e soldados de baionetas floridas que nos encantaram deste lado do Atlântico e que apostaram numa sociedade igualitária, soberana e progressista.

Nossos amigos da África contam conosco para refundarem suas sociedades no clamor de suas culturas, de suas idéias de convivência e de recuperação de seu caminho libertário apontados pelos que lutaram tanto pela libertação de seus povos do jugo colonialista:

Civilização ocidental (Agostinho Neto - angolano)

Latas pregadas em paus
fixados na terra
fazem a casa

Os farrapos completam
a paisagem íntima

O sol atravessando as frestas
acorda o seu habitante

Depois as doze horas de trabalho
Escravo

Britar pedra
acarretar pedra
britar pedra
acarretar pedra
ao sol
à chuva
britar pedra
acarretar pedra

A velhice vem cedo

Uma esteira nas noites escuras
basta para ele morrer
grato
e de fome.

Poemas evocativos que libertaram a África politicamente. Poemas invocadores da independência de povos humilhados e destroçados pela ganância capitalista. Uma África que nos surpreenderá quando se livrar de seus fantasmas que ainda, muitas décadas depois do fim do cativeiro, pululam em suas consciências impedindo-os de se conhecerem, organizarem seu dia a dia e se realizarem superando as forças malignas que impedem os africanos a reencontrarem o caminho de sua realidade. A CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) deve se atualizar, avançar nas trocas culturais, educativas, políticas, econômicas...inteirar-se de que somos parte da humanidade falando uma língua bela, uma língua moderna, que se transforma diariamente...Chorem os que nos querem no passado! O sorriso é de todos nós que nos libertamos do medo, da omissão e da submissão aos que não acreditam (ou não querem) que sejamos nós, os portugueses de todas as cores, os brasileiros de todas as falas, os moçambicanos de todas as raças, os angolanos de todas as ciências, os timorenses de todos os trabalhos...livres, produtivos e permanentemente ousados!

Nosso português, língua-vida, nos ensina a saudade, sentimento lusitano que nos torna diferente dos outros povos. essa saudade que nos leva ao exercício da liberdade responsável, do trabalho inquieto e permanente por uma vida melhor para cada um de nós e para todos, uma socialização das nossas idéias, das nossas participações em todos os processos de avanço da organização popular, social, econômica.

Nossa cultura é múltipla, extra-continental e persuasiva na capacidade de se impor sem agredir, de sobreviver sem deixar-se subjugar e, fundamentalmente, independente tanto no campo da comunidade falante do português, quanto no das outras culturas de comunidades exógenas.

Resta-nos retirar os sapatos tal como Mia Couto diz à gente de sua terra:

"Os sete sapatos sujos
por Mia Couto [*]

Começo pela confissão de um sentimento conflituoso: é um prazer e uma honra ter recebido este convite e estar aqui convosco. Mas, ao mesmo tempo, não sei lidar com este nome pomposo: “oração de sapiência”. De propósito, escolhi um tema sobre o qual tenho apenas algumas, mal contidas, ignorâncias. Todos os dias somos confrontados com o apelo exaltante de combater a pobreza. E todos nós, de modo generoso e patriótico, queremos participar nessa batalha. Existem, no entanto, várias formas de pobreza. E há, entre todas, uma que escapa às estatísticas e aos indicadores numéricos: é a penúria da nossa reflexão sobre nós mesmos. Falo da dificuldade de nos pensarmos como sujeitos históricos, como lugar de partida e como destino de um sonho.

Falarei aqui na minha qualidade de escritor tendo escolhido um terreno que é a nossa interioridade, um território em que somos todos amadores. Neste domínio ninguém tem licenciatura, nem pode ter a ousadia de proferir orações de “sapiência”. O único segredo, a única sabedoria é sermos verdadeiros, não termos medo de partilhar publicamente as nossas fragilidades. É isso que venho fazer, partilhar convosco algumas das minhas dúvidas, das minhas solitárias cogitações.

Começo por um fait-divers. Há agora um anúncio nas nossas estações de rádio em que alguém pergunta à vizinha: diga-me minha senhora, o que é que se passa em sua casa, o seu filho é chefe de turma, as suas filhas casaram muito bem, o seu marido foi nomeado director, diga-me, querida vizinha, qual é o segredo? E a senhora responde: é que lá em casa nós comemos arroz marca… (não digo a marca porque não me pagaram este momento publicitário).

Seria bom que assim que fosse, que a nossa vida mudasse só por consumirmos um produto alimentar. Já estou a ver o nosso Magnifico Reitor a distribuir o mágico arroz e a abrirem-se no ISCTEM as portas para o sucesso e para a felicidade. Mas ser-se feliz é, infelizmente, muito mais trabalhoso.

No dia em que eu fiz 11 anos de idade, a 5 de Julho de 1966, o Presidente Kenneth Kaunda veio aos microfones da Rádio de Lusaka para anunciar que um dos grandes pilares da felicidade do seu povo tinha sido construído. Não falava de nenhuma marca de arroz. Ele agradecia ao povo da Zâmbia pelo seu envolvimento na criação da primeira universidade no país. Uns meses antes, Kaunda tinha lançado um apelo para que cada zambiano contribuísse para construir a Universidade. A resposta foi comovente: dezenas de milhares de pessoas corresponderam ao apelo. Camponeses deram milho, pescadores ofertaram pescado, funcionários deram dinheiro. Um país de gente analfabeta juntou-se para criar aquilo que imaginavam ser uma página nova na sua história. A mensagem dos camponeses na inauguração da Universidade dizia: nós demos porque acreditamos que, fazendo isto, os nossos netos deixarão de passar fome.

Quarenta anos depois, os netos dos camponeses zambianos continuam sofrendo de fome. Na realidade, os zambianos vivem hoje pior do que viviam naquela altura. Na década de 60, a Zâmbia beneficiava de um Produto Nacional Bruto comparável aos de Singapura e da Malásia. Hoje, nem de perto nem de longe, se pode comparar o nosso vizinho com aqueles dois países da Ásia.

Algumas nações africanas podem justificar a permanência da miséria porque sofreram guerras. Mas a Zâmbia nunca teve guerra. Alguns países podem argumentar que não possuem recursos. Todavia, a Zâmbia é uma nação com poderosos recursos minerais. De quem é a culpa deste frustrar de expectativas? Quem falhou? Foi a Universidade? Foi a sociedade? Foi o mundo inteiro que falhou? E porque razão Singapura e Malásia progrediram e a Zâmbia regrediu?

Falei da Zâmbia como um país africano ao acaso. Infelizmente, não faltariam outros exemplos. O nosso continente está repleto de casos idênticos, de marchas falhadas, esperanças frustradas. Generalizou-se entre nós a descrença na possibilidade de mudarmos os destinos do nosso continente. Vale a pena perguntarmo-nos: o que está acontecer? O que é preciso mudar dentro e fora de África?

Estas perguntas são sérias. Não podemos iludir as respostas, nem continuar a atirar poeira para ocultar responsabilidades. Não podemos aceitar que elas sejam apenas preocupação dos governos.

Felizmente, estamos vivendo em Moçambique uma situação particular, com diferenças bem sensíveis. Temos que reconhecer e ter orgulho que o nosso percurso foi bem distinto. Acabamos recentemente de presenciar uma dessas diferenças. Desde 1957, apenas seis entre 153 chefes de estado africanos renunciaram voluntariamente ao poder. Joaquim Chissano é o sétimo desses presidentes. Parece um detalhe mas é bem indicativo que o processo moçambicano se guiou por outras lógicas bem diversas.

Contudo, as conquistas da liberdade e da democracia que hoje usufruímos só serão definitivas quando se converterem em cultura de cada um de nós. E esse é ainda um caminho de gerações. Entretanto, pesam sobre Moçambique ameaças que são comuns a todo o continente. A fome, a miséria, as doenças, tudo isso nós partilhamos com o resto de África. Os números são aterradores: 90 milhões de africanos morrerão com SIDA nos próximos 20 anos. Para esse trágico número, Moçambique terá contribuído com cerca de 3 milhões de mortos. A maior parte destes condenados são jovens e representam exactamente a alavanca com que poderíamos remover o peso da miséria. Quer dizer, África não está só perdendo o seu próprio presente: está perdendo o chão onde nasceria um outro amanhã.

Ter futuro custa muito dinheiro. Mas é muito mais caro só ter passado. Antes da Independência, para os camponeses zambianos não havia futuro. Hoje o único tempo que para eles existe é o futuro dos outros.

Os desafios são maiores que esperança? Mas nós não podemos senão ser optimistas e fazer aquilo que os brasileiros chamam de levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. O pessimismo é um luxo para os ricos.

Meus senhores e minhas senhoras

A pergunta crucial é esta: o que é que nos separa desse futuro que todos queremos? Alguns acreditam que o que falta são mais quadros, mais escolas, mais hospitais. Outros acreditam que precisamos de mais investidores, mais projectos económicos. Tudo isso é necessário, tudo isso é imprescindível. Mas para mim, há uma outra coisa que é ainda mais importante. Essa coisa tem um nome: é uma nova atitude. Se não mudarmos de atitude não conquistaremos uma condição melhor. Poderemos ter mais técnicos, mais hospitais, mais escolas, mas não seremos construtores de futuro.

Falo de uma nova atitude mas a palavra deve ser pronunciada no plural, pois ela compõe um conjunto vasto de posturas, crenças, conceitos e preconceitos. Há muito que venho defendendo que o maior factor de atraso em Moçambique não se localiza na economia mas na incapacidade de gerarmos um pensamento produtivo, ousado e inovador. Um pensamento que não resulte da repetição de lugares comuns, de fórmulas e de receitas já pensadas pelos outros.

Às vezes me pergunto: de onde vem a dificuldade em nos pensarmos como sujeitos da História? Vem sobretudo de termos legado sempre aos outros o desenho da nossa própria identidade. Primeiro, os africanos foram negados. O seu território era a ausência, o seu tempo estava fora da História. Depois, os africanos foram estudados como um caso clínico. Agora, são ajudados a sobreviver no quintal da História.

Estamos todos nós estreando um combate interno para domesticar os nossos antigos fantasmas. Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos. À porta da modernidade precisamos de nos descalçar. Eu contei sete sapatos sujos que necessitamos deixar na soleira da porta dos tempos novos. Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher e sete é um número mágico.

O primeiro sapato: a ideia que os culpados são sempre os outros e nós somos sempre vítimas

Nós já conhecemos este discurso. A culpa já foi da guerra, do colonialismo, do imperialismo, do apartheid, enfim, de tudo e de todos. Menos nossa. É verdade que os outros tiveram a sua dose de culpa no nosso sofrimento. Mas parte da responsabilidade sempre morou dentro de casa.

Estamos sendo vítimas de um longo processo de desresponsabilização. Esta lavagem de mãos tem sido estimulada por algumas elites africanas que querem permanecer na impunidade. Os culpados estão à partida encontrados: são os outros, os da outra etnia, os da outra raça, os da outra geografia.

Há um tempo atrás fui sacudido por um livro intitulado Capitalist Nigger: The Road to Success de um nigeriano chamado Chika A. Onyeani. Reproduzi num jornal nosso um texto desse economista que é um apelo veemente para que os africanos renovem o olhar que mantém sobre si mesmos. Permitam-me que leia aqui um excerto dessa carta.
Caros irmãos: Estou completamente cansado de pessoas que só pensam numa coisa: queixar-se e lamentar-se num ritual em que nos fabricamos mentalmente como vítimas. Choramos e lamentamos, lamentamos e choramos. Queixamo-nos até à náusea sobre o que os outros nos fizeram e continuam a fazer. E pensamos que o mundo nos deve qualquer coisa. Lamento dizer-vos que isto não passa de uma ilusão. Ninguém nos deve nada. Ninguém está disposto a abdicar daquilo que tem, com a justificação que nós também queremos o mesmo. Se quisermos algo temos que o saber conquistar. Não podemos continuar a mendigar, meus irmãos e minhas irmãs.

Quarenta anos depois da Independência continuamos a culpar os patrões coloniais por tudo o que acontece na África dos nossos dias. Os nossos dirigentes nem sempre são suficientemente honestos para aceitar a sua responsabilidade na pobreza dos nossos povos. Acusamos os europeus de roubar e pilhar os recursos naturais de África. Mas eu pergunto-vos: digam-me, quem está a convidar os europeus para assim procederem, não somos nós? (fim da citação)
Queremos que outros nos olhem com dignidade e sem paternalismo. Mas ao mesmo tempo continuamos olhando para nós mesmos com benevolência complacente: Somos peritos na criação do discurso desculpabilizante. E dizemos:
· Que alguém rouba porque, coitado, é pobre (esquecendo que há milhares de outros pobres que não roubam)
· Que o funcionário ou o polícia são corruptos porque, coitados, tem um salário insuficiente (esquecendo que ninguém, neste mundo, tem salário suficiente)
· Que o político abusou do poder porque, coitado, na tal África profunda, essas práticas são antropológicamente legitimas
A desresponsabilização é um dos estigmas mais graves que pesa sobre nós, africanos de Norte a Sul. Há os que dizem que se trata de uma herança da escravatura, desse tempo em que não se era dono de si mesmo. O patrão, muitas vezes longínquo e invisível, era responsável pelo nosso destino. Ou pela ausência de destino.

Hoje, nem sequer simbolicamente, matamos o antigo patrão. Uma das formas de tratamento que mais rapidamente emergiu de há uns dez anos para cá foi a palavra “patrão”. Foi como se nunca tivesse realmente morrido, como se espreitasse uma oportunidade histórica para se relançar no nosso quotidiano. Pode-se culpar alguém desse ressurgimento? Não. Mas nós estamos criando uma sociedade que produz desigualdades e que reproduz relações de poder que acreditávamos estarem já enterradas.

Segundo sapato: a ideia de que o sucesso não nasce do trabalho

Ainda hoje despertei com a notícia que refere que um presidente africano vai mandar exorcizar o seu palácio de 300 quartos porque ele escuta ruídos “estranhos” durante a noite. O palácio é tão desproporcionado para a riqueza do país que demorou 20 anos a ser terminado. As insónias do presidente poderão nascer não de maus espíritos mas de uma certa má consciência.

O episódio apenas ilustra o modo como, de uma forma dominante, ainda explicamos os fenómenos positivos e negativos. O que explica a desgraça mora junto do que justifica a bem-aventurança. A equipe desportiva ganha, a obra de arte é premiada, a empresa tem lucros, o funcionário foi promovido? Tudo isso se deve a quê? A primeira resposta, meus amigos, todos a conhecemos. O sucesso deve-se à boa sorte. E a palavra “boa sorte” quer dizer duas coisas: a protecção dos antepassados mortos e protecção dos padrinhos vivos.

Nunca ou quase nunca se vê o êxito como resultado do esforço, do trabalho como um investimento a longo prazo. As causas do que nos sucede (de bom ou mau) são atribuídas a forças invisíveis que comandam o destino. Para alguns esta visão causal é tida como tão intrinsecamente “africana” que perderíamos “identidade” se dela abdicássemos. Os debates sobre as “autenticas” identidades são sempre escorregadios. Vale a pena debatermos sim, senão, não poderemos reforçar uma visão mais produtiva e que aponte para uma atitude mais activa e interventiva sobre o curso da História.

Infelizmente olhamo-nos mais como consumidores do que produtores. A ideia de que África pode produzir arte, ciência e pensamento é estranha mesmo para muitos africanos. Ate aqui o continente produziu recursos naturais e força laboral. Produziu futebolistas, dançarinos, escultores. Tudo isso se aceita, tudo isso reside no domínio daquilo que se entende como natureza . Mas já poucos aceitarão que os africanos possam ser produtores de ideias, de ética e de modernidade. Não é preciso que os outros desacreditem. Nós próprios nos encarregamos dessa descrença.

O ditado diz. “o cabrito come onde está amarrado”. Todos conhecemos o lamentável uso deste aforismo e como ele fundamenta a acção de gente que tira partido das situações e dos lugares. Já é triste que nos equiparemos a um cabrito. Mas também é sintomático que, nestes provérbios de conveniência nunca nos identificamos como os animais produtores, como é por exemplo a formiga. Imaginemos que o ditado muda e passar a ser assim: “Cabrito produz onde está amarrado.” Eu aposto que, nesse caso, ninguém mais queria ser cabrito.

Terceiro sapato- O preconceito de quem critica, é um inimigo

Muitas acreditam que, com o fim do monopartidarismo, terminaria a intolerância para com os que pensavam diferente. Mas a intolerância não é apenas fruto de regimes. É fruto de culturas, é o resultado da História. Herdamos da sociedade rural uma noção de lealdade que é demasiado paroquial. Esse desencorajar do espírito crítico é ainda mais grave quando se trata da juventude. O universo rural é fundado na autoridade da idade. Aquele que é jovem, aquele que não casou nem teve filhos, esse não tem direitos, não tem voz nem visibilidade. A mesma marginalização pesa sobre a mulher.

Toda essa herança não ajuda a que se crie uma cultura de discussão frontal e aberta. Muito do debate de ideias é, assim, substituído pela agressão pessoal. Basta diabolizar quem pensa de modo diverso. Existe uma variedade de demónios à disposição: uma cor política, uma cor de alma, uma cor de pele, uma origem social ou religiosa diversa.

Há neste domínio um componente histórico recente que devemos considerar: Moçambique nasceu da luta de guerrilha. Essa herança deu-nos um sentido épico da história e um profundo orgulho no modo como a independência foi conquistada. Mas a luta armada de libertação nacional também cedeu, por inércia, a ideia de que o povo era uma espécie de exército e podia ser comandado por via de disciplina militar. Nos anos pós-independência, todos éramos militantes, todos tínhamos uma só causa, a nossa alma inteira vergava-se em continência na presença dos chefes. E havia tantos chefes. Essa herança não ajudou a que nascesse uma capacidade de insubordinação positiva.

Faço-vos agora uma confidência. No início da década de 80 fiz parte de um grupo de escritores e músicos a quem foi dada a incumbência de produzir um novo Hino Nacional e um novo Hino para o Partido Frelimo. A forma como recebemos a tarefa era indicadora dessa disciplina: recebemos a missão, fomos requisitados aos nossos serviços, e a mando do Presidente Samora Machel fomos fechados numa residência na Matola, tendo-nos sido dito: só saem daí quando tiverem feito os hinos. Esta relação entre o poder e os artistas só é pensável num dado quadro histórico. O que é certo é que nós aceitámos com dignidade essa incumbência, essa tarefa surgia como uma honra e um dever patriótico. E realmente lá nos comportamos mais ou menos bem. Era um momento de grandes dificuldades …e as tentações eram muitas. Nessa residência na Matola havia comida, empregados, piscina… num momento em que tudo isso faltava na cidade. Nos primeiros dias, confesso nós estávamos fascinados com tanta mordomia e ficávamos preguiçando e só corríamos para o piano quando ouvíamos as sirenes dos chefes que chegavam. Esse sentimento de desobediência adolescente era o nosso modo de exercermos uma pequena vingança contra essa disciplina de regimento.

Na letra de um dos hinos lá estava reflectida essa tendência militarizada, essa aproximação metafórica a que já fiz referência:

Somos soldados do povo
Marchando em frente

Tudo isto tem que ser olhado no seu contexto sem ressentimento. Afinal, foi assim, que nasceu a Pátria Amada, este hino que nos canta como um só povo, unido por um sonho comum.

Quarto sapato: a ideia que mudar as palavras muda a realidade

Uma vez em Nova Iorque um compatriota nosso fazia uma exposição sobre a situação da nossa economia e, a certo momento, falou de mercado negro. Foi o fim do mundo. Vozes indignadas de protesto se ergueram e o meu pobre amigo teve que interromper sem entender bem o que se estava a passar. No dia seguinte recebíamos uma espécie de pequeno dicionário dos termos politicamente incorrectos. Estavam banidos da língua termos como cego, surdo, gordo, magro, etc.…

Nós fomos a reboque destas preocupações de ordem cosmética. Estamos reproduzindo um discurso que privilegia o superficial e que sugere que, mudando a cobertura, o bolo passa a ser comestível. Hoje assistimos, por exemplo, a hesitações sobre se devemos dizer “negro” ou “preto”. Como se o problema estivesse nas palavras, em si mesmas. O curioso é que, enquanto nos entretemos com essa escolha, vamos mantendo designações que são realmente pejorativas como as de mulato e de monhé.

Há toda uma geração que está aprendendo uma língua – a língua dos workshops. É uma língua simples uma espécie de crioulo a meio caminho entre o inglês e o português. Na realidade, não é uma língua mas um vocabulário de pacotilha. Basta saber agitar umas tantas palavras da moda para falarmos como os outros isto é, para não dizermos nada. Recomendo-vos fortemente uns tantos termos como, por exemplo:
· desenvolvimento sustentável
· awarenesses ou accountability
· boa governação
· parcerias sejam elas inteligentes ou não
· comunidades locais
Estes ingredientes devem ser usados de preferência num formato “powerpoint". Outro segredo para fazer boa figura nos workshops é fazer uso de umas tantas siglas. Porque um workshopista de categoria domina esses códigos. Cito aqui uma possível frase de um possível relatório: Os ODMS do PNUD equiparam-se ao NEPAD da UA e ao PARPA do GOM. Para bom entendedor meia sigla basta.

Sou de um tempo em que o que éramos era medido pelo que fazíamos. Hoje o que somos é medido pelo espectáculo que fazemos de nós mesmos, pelo modo como nos colocamos na montra. O CV, o cartão de visitas cheio de requintes e títulos, a bibliografia de publicações que quase ninguém leu, tudo isso parece sugerir uma coisa: a aparência passou a valer mais do que a capacidade para fazermos coisas.

Muitas das instituições que deviam produzir ideias estão hoje produzindo papéis, atafulhando prateleiras de relatórios condenados a serem arquivo morto. Em lugar de soluções encontram-se problemas. Em lugar de acções sugerem-se novos estudos.

Quinto sapato A vergonha de ser pobre e o culto das aparências

A pressa em mostrar que não se é pobre é, em si mesma, um atestado de pobreza. A nossa pobreza não pode ser motivo de ocultação. Quem deve sentir vergonha não é o pobre mas quem cria pobreza.

Vivemos hoje uma atabalhoada preocupação em exibirmos falsos sinais de riqueza. Criou-se a ideia que o estatuto do cidadão nasce dos sinais que o diferenciam dos mais pobres.

Recordo-me que certa vez entendi comprar uma viatura em Maputo. Quando o vendedor reparou no carro que eu tinha escolhido quase lhe deu um ataque. “Mas esse, senhor Mia, o senhor necessita de uma viatura compatível”. O termo é curioso: “compatível”.

Estamos vivendo num palco de teatro e de representações: uma viatura já é não um objecto funcional. É um passaporte para um estatuto de importância, uma fonte de vaidades. O carro converteu-se num motivo de idolatria, numa espécie de santuário, numa verdadeira obsessão promocional.

Esta doença, esta religião que se podia chamar viaturolatria atacou desde o dirigente do Estado ao menino da rua. Um miúdo que não sabe ler é capaz de conhecer a marca e os detalhes todos dos modelos de viaturas. É triste que o horizonte de ambições seja tão vazio e se reduza ao brilho de uma marca de automóvel.

É urgente que as nossas escolas exaltem a humildade e a simplicidade como valores positivos. A arrogância e o exibicionismo não são, como se pretende, emanações de alguma essência da cultura africana do poder. São emanações de quem toma a embalagem pelo conteúdo.

Sexto Sapato- A passividade perante a injustiça

Estarmos dispostos a denunciar injustiças quando são cometidas contra a nossa pessoa, o nosso grupo, a nossa etnia, a nossa religião. Estamos menos dispostos quando a injustiça é praticada contra os outros. Persistem em Moçambique zonas silenciosas de injustiça, áreas onde o crime permanece invisível. Refiro-me em particular à:
· violência domestica (40 por cento dos crimes resultam de agressão domestica contra mulheres, esse é um crime invisível)
· violência contra as viúvas
· à forma aviltante como são tratados muitos dos trabalhadores
· aos maus tratos infligidos às crianças
Ainda há dias ficamos escandalizados com o recente anúncio que privilegiava candidatos de raça branca. Tomaram-se medidas imediatas e isso foi absolutamente correcto. Contudo, existem convites à discriminação que são tão ou mais graves e que aceitamos como sendo naturais e inquestionáveis.

Tomemos esse anúncio do jornal e imaginemos que ele tinha sido redigido de forma correcta e não racial. Será que tudo estava bem? Eu não sei se todos estão a par de qual é a tiragem do jornal Notícias. São 13 mil exemplares. Mesmo se aceitarmos que cada jornal é lido por 5 pessoas, temos que o numero de leitores é menor que a população de um bairro de Maputo. É dentro deste universo que circulam convites e os acessos a oportunidades. Falei na tiragem mas deixei de lado o problema da circulação. Por que geografia restrita circulam as mensagens dos nossos jornais? Quanto de Moçambique é deixado de fora ?

É verdade que esta discriminação não é comparável à do anúncio racista porque não é resultado de acção explícita e consciente. Mas os efeitos de discriminação e exclusão destas práticas sociais devem ser pensados e não podem cair no saco da normalidade. Esse “bairro” das 60 000 pessoas é hoje uma nação dentro da nação, uma nação que chega primeiro, que troca entre si favores, que vive em português e dorme na almofada na escrita.

Um outro exemplo. Estamos administrando Antiretrovirais a cerca de 30 mil doentes com SIDA. Esse número poderá, nos próximos anos, chegar aos 50 mil. Isso significa que cerca de um milhão quatrocentos e cinquenta mil doentes ficam excluídos de tratamento. Trata-se de uma decisão com implicações éticas terríveis. Como e quem decide quem fica de fora? É aceitável, pergunto, que a vida de um milhão e meio de cidadãos esteja nas mãos de um pequeno grupo técnico ?

Sétimo sapato - A ideia de que para sermos modernos temos que imitar os outros

Todos os dias recebemos estranhas visitas em nossa casa. Entram por uma caixa mágica chamada televisão. Criam uma relação de virtual familiaridade. Aos poucos passamos a ser nós quem acredita estar vivendo fora, dançando nos braços de Janet Jackson. O que os vídeos e toda a sub-indústria televisiva nos vem dizer não é apenas “comprem”. Há todo um outro convite que é este: “sejam como nós”. Este apelo à imitação cai como ouro sobre azul: a vergonha em sermos quem somos é um trampolim para vestirmos esta outra máscara.

O resultado é que a produção cultural nossa se está convertendo na reprodução macaqueada da cultura dos outros. O futuro da nossa música poderá ser uma espécie de hip-hop tropical, o destino da nossa culinária poderá ser o Mac Donald's.

Falamos da erosão dos solos, da deflorestação, mas a erosão das nossas culturas é ainda mais preocupante. A secundarização das línguas moçambicanas (incluindo da língua portuguesa) e a ideia que só temos identidade naquilo que é folclórico são modos de nos soprarem ao ouvido a seguinte mensagem: só somos modernos se formos americanos.

O nosso corpo social tem a uma história similar a de um individuo. Somos marcados por rituais de transição: o nascimento, o casamento, o fim da adolescência, o fim da vida.

Eu olho a nossa sociedade urbana e pergunto-me: será que queremos realmente ser diferentes? Porque eu vejo que esses rituais de passagem se reproduzem como fotocópia fiel daquilo que eu sempre conheci na sociedade colonial. Estamos dançando a valsa, com vestidos compridos, num baile de finalistas que é decalcado daquele do meu tempo. Estamos copiando as cerimónias de final do curso a partir de modelos europeus da Inglaterra medieval. Casamo-nos de véus e grinaldas e atiramos para longe da Julius Nyerere tudo aquilo que possa sugerir uma cerimónia mais enraizada na terra e na tradição moçambicanas.

Meus Senhores e minhas senhoras

Falei da carga de que nos devemos desembaraçar para entrarmos a corpo inteiro na modernidade. Mas a modernidade não é uma porta apenas feita pelos outros. Nós somos também carpinteiros dessa construção e só nos interessa entrar numa modernidade de que sejamos também construtores.

A minha mensagem é simples: mais do que uma geração tecnicamente capaz, nós necessitamos de uma geração capaz de questionar a técnica. Uma juventude capaz de repensar o país e o mundo. Mais do que gente preparada para dar respostas, necessitamos de capacidade para fazer perguntas. Moçambique não precisa apenas de caminhar. Necessita de descobrir o seu próprio caminho num tempo enevoado e num mundo sem rumo. A bússola dos outros não serve, o mapa dos outros não ajuda. Necessitamos de inventar os nossos próprios pontos cardeais. Interessa-nos um passado que não esteja carregado de preconceitos, interessa-nos um futuro que não nos venha desenhado como um receita financeira.

A Universidade deve ser um centro de debate, uma fábrica de cidadania activa, uma forja de inquietações solidárias e de rebeldia construtiva. Não podemos treinar jovens profissionais de sucesso num oceano de miséria. A Universidade não pode aceitar ser reprodutor da injustiça e da desigualdade. Estamos lidando com jovens e com aquilo que deve ser um pensamento jovem, fértil e produtivo. Esse pensamento não se encomenda, não nasce sozinho. Nasce do debate, da pesquisa inovadora, da informação aberta e atenta ao que de melhor está surgindo em África e no mundo.

A questão é esta: fala-se muito dos jovens. Fala-se pouco com os jovens. Ou melhor, fala-se com eles quando se convertem num problema. A juventude vive essa condição ambígua, dançando entre a visão romantizada (ela é a seiva da Nação) e uma condição maligna, um ninho de riscos e preocupações (a SIDA, a droga, o desemprego).

Senhores e senhoras

Não foi apenas a Zâmbia a ver na educação aquilo que o naufrago vê num barco salva-vidas. Nós também depositamos os nossos sonhos nessa conta.

Numa sessão pública decorrida no ano passado em Maputo um já idoso nacionalista disse, com verdade e com coragem, o que já muitos sabíamos. Ele confessou que ele mesmo e muitos dos que, nos anos 60, fugiam para a FRELIMO não eram apenas motivados por dedicação a uma causa independentista. Eles arriscaram-se e saltaram a fronteira do medo para terem possibilidade de estudar. O fascínio pela educação como um passaporte para uma vida melhor estava presente num universo em que quase ninguém podia estudar. Essa restrição era comum a toda a África. Até 1940 o número de africanos que frequentavam escolas secundárias não chegava a 11 000. Hoje, a situação melhorou e esse número foi multiplicado milhares e milhares de vezes. O continente investiu na criação de novas capacidades. E esse investimento produziu, sem dúvida, resultados importantes.

Aos poucos se torna claro, porém, que mais quadros técnicos não resolvem, só por si, a miséria de uma nação. Se um país não possuir estratégias viradas para a produção de soluções profundas então todo esse investimento não produzirá a desejada diferença. Se as capacidades de uma nação estiverem viradas para o enriquecimento rápido de uma pequena elite então de pouco valerá termos mais quadros técnicos.

A escola é um meio para querermos o que não temos. A vida, depois, nos ensina a termos aquilo que não queremos. Entre a escola e a vida resta-nos ser verdadeiros e confessar aos mais jovens que nós também não sabemos e que, nós, professores e pais, também estamos à procura de respostas.

Com o novo governo ressurgiu o combate pela auto-estima. Isso é correcto e é oportuno. Temos que gostar de nós mesmos, temos que acreditar nas nossas capacidades. Mas esse apelo ao amor-próprio não pode ser fundado numa vaidade vazia, numa espécie de narcisismo fútil e sem fundamento. Alguns acreditam que vamos resgatar esse orgulho na visitação do passado. É verdade que é preciso sentir que temos raízes e que essas raízes nos honram. Mas a auto-estima não pode ser construída apenas de materiais do passado.

Na realidade, só existe um modo de nos valorizar: é pelo trabalho, pela obra que formos capazes de fazer. É preciso que saibamos aceitar esta condição sem complexos e sem vergonha: somos pobres. Ou melhor, fomos empobrecidos pela História. Mas nós fizemos parte dessa História, fomos também empobrecidos por nós próprios. A razão dos nossos actuais e futuros fracassos mora também dentro de nós.

Mas a força de superarmos a nossa condição histórica também reside dentro de nós. Saberemos como já soubemos antes conquistar certezas que somos produtores do nosso destino. Teremos mais e mais orgulho em sermos quem somos: moçambicanos construtores de um tempo e de um lugar onde nascemos todos os dias. É por isso que vale a pena aceitarmos descalçar não só os sete mas todos os sapatos que atrasam a nossa marcha colectiva. Porque a verdade é uma: antes vale andar descalço do que tropeçar com os sapatos dos outros."

[*] Oração de sapiência proferida em Março de 2005 no Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique .

Obrigado, Marcita, por este texto maravilhoso! (só eu entendo esta penúltima frase - risos)´.

Na última, lhes apresento o hino de Moçambique:

http://youtu.be/W_AnWG6qVQU



Foto de José Saramago e Mia Couto.




sábado, 8 de outubro de 2011

BLOG DENUNCIA TUCANALHAS!

http://altamiroborges.blogspot.com/2011/10/corrupcao-barbiere-ameaca-alckmin.html

Corrupção: Barbiere ameaça Alckmin
Por Altamiro Borges

A operação-abafa desencadeada pelo governo tucano de São Paulo até agora não surtiu resultado. O deputado Roque Barbiere, do PTB, partido da base aliada, fez ontem uma ameaça nada velada ao governador Geraldo Alckmin: “Por que será que o governo se manifesta com tanta veemência, se eu não o acusei, ainda, de fazer nada errado?”. Ainda!!!

Roquinho, como é conhecido, tem sido duramente pressionado a recuar nas suas denúncias de que “25% a 30%” dos deputados da Assembléia Legislativa (Alesp) estão metidos em corrupção através do uso das emendas parlamentares. Depois de desqualificar o “rebelde”, o tucanato até tentou cooptá-lo, oferecendo-lhe uma secretaria no governo estadual, segundo especulou a Folha.

Emendas consomem R$ 188 milhões


Mas as pressões e manobras não contiveram sua língua ferina. Nesta semana, ele afirmou que a Alesp é um “camelódromo” e que os deputados “têm um preço”. Intimado a delatar os corruptos, ele encaminhou depoimento à Comissão de Ética insinuando que o governo estadual está envolvido no escândalo, no que seria um caso típico de “mensalão” – de compra de votos dos deputados.

Até agora não há nada de concreto. Mas o clima na Alesp é de pânico total. Os governistas temem que, pressionado, o “maluco” abra o bico. O Palácio dos Bandeirantes também está apavorado. Afinal, as emendas parlamentares consomem R$ 188 milhões do orçamento estadual por ano. Cada deputado tem direito a distribuir R$ 2 milhões e as emendas favorecem a base governista.

Bruno Covas, a primeira vítima

O escândalo de corrupção, que não dá mais para ser ocultado nem pela mídia demotucana, já produziu a sua primeira vítima. Diante das denúncias, a Comissão de Ética da Alesp aprovou, por unanimidade, convite ao deputado licenciado Bruno Covas, atual secretário do Meio Ambiente e pré-candidato à prefeitura da capital, para explicar as suas relações com os "ladrões" das emendas.

Em agosto passado, antes das acusações de Roquinho, Bruno Covas afirmou em entrevista ao jornal Estadão que um prefeito lhe ofereceu 10% de “comissão” sobre uma emenda de R$ 50 mil para beneficiar a sua cidade. Ao invés de denunciar o esquema fraudulento, o candidato preferido de Geraldo Alckmin teria sugerido entregar o dinheiro do furto para a “Santa Casa”.

Reinado tucano sofre abalos


Agora, a Comissão de Ética quer saber o nome do prefeito e o destino do recurso público. Bruninho Covas está na berlinda e a sua candidatura, ainda no nascedouro, já sofre fortes abalos. Deputados tucanos inclusive debocham da “infantilidade” do protegido de Alckmin. José Serra, que padece da vingança maligna do atual governador, aproveita para atear fogo no ninho tucano.

As investigações sobre o mensalão em São Paulo podem não avançar – afinal, os tucanos já abortaram 91 pedidos de CPI na Alesp –, mas os estragos na base governista já se fazem sentir. O reinado do PSDB em São Paulo, que já dura quase duas décadas, pode estar terminando.
Postado por Miro às 00:53 do dia 08/10/2011.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

SOLIDÃO MATA!

Uma das coisas que eu mais temo é a solidão. Sou humano e sei que isto é muito possível. Infelizmente a humanidade ainda não encontrou seu caminho para que todos possam conviver de forma respeitosa e sem dominação.

A solidão ocorre quando temos nossos próprios medos internalizados, em nossa mente e não conseguimos compartilhar com ninguém o que vai em nossa consciência. Imaginamos que ela acontece quando nos isolamos, ou somos isolados. Pensamos que estamos sós quando não encontramos com quem partilhar nossos objetivos, nossas metas, nosso desejo. Porém a solidão é algo muito mais sério: acontece quando perdemos o sentido de que somos seres humanos dotados de sentimentos, prazeres, tristezas, alegrias...enfim quando descobrimos que podemos chorar e rir, cantar e fazer silêncio obsequioso... a solidão nos pega sentados em frente à televisão, ao computador, nos cinemas, teatros, shows e não partilhamos, não dividimos nossas impressões sobre o que estamos vendo com quem está ao nosso lado...

Podemos ser felizes na solidão?

Acredito que cada ser humano é diferente: possui suas próprias necessidades e tem seus próprios pensamentos. Então acredito sim, a solidão pode tornar alguém muito feliz. Acredito, entretanto, que a maioria dos seres humanos não gosta da solidão e fazem de tudo para dela saírem. É fácil observar isto na convivência familiar quando tantos confrontos existem e tantas vezes são perdoados. Também podemos sentir isso quando a maioria das pessoas perdoam qualquer incômodo com uma pequena, mas forte, palavra: Desculpe!

A sociabilidade é, então, a forma na qual superamos nosso medo do outro e podemos encontrar o caminho do convívio.

Não podemos abrir mão do que se passa na nossa mente: nossos sonhos, nossa forma de encarar o mundo, as pessoas, o lugar onde vivemos. porém, temos que nos esforçar para aceitar quem é diferente de nós mesmos e que muitas vezes nos irritam e nos dá vontade de abandonar. isso parece fácil, mas não é. O esforço em superar o que não gostamos é muito grande e exige exercícios contínuos da capacidade de deixar o outro ser do jeito que é, desde que não nos prejudique e nos traga alguma dor física, mental e social (o preconceito).

Tenho entretanto que afirmar: a solidão mata!

Mata quando nos calamos frente à opressão, ao ódio, à discriminação, à violência, ao deboche irresponsável com vidas e amores. A solidão provoca uma dor mortal porque não insistimos na nossa capacidade de respeitar o outro como ele é, não aceitamos que existe um ser diferente em cada corpo que caminha pelas ruas, praças, avenidas, que vive em suas casas, apartamentos, barracos, nas calçadas, na selva.

Essa solidão deve ser compreendida e combatida: amor próprio e amor social são os remédios para esta solidão.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A mídia está fazendo silêncio!

Nova Iorque está vivendo um momento importante na tomada de consciência do povo norte-americano sobre a situação de crise econômica no qual seu país está enfiado. Um problema provocado pelo sistema capitalista que mantém a maior economia do mundo submetida a uma concentração de renda que exclui das riquezas da nação quase 90% da população. Uma vergonha que a população dos Estados Unidos não suporta mais!

O movimento não tem líderes, partidos e nem uma orientação definida, porém é composto por gente desempregada, perseguida, esquecida, enfim os que o sistema coloca de lado.

http://vamosalutanacional.blogspot.com/2011/09/os-indignados-de-nova-york.html

Por quê está em silêncio a mídia monopolista brasileira?

Isso é muito importante para a humanidade. Uma mudança no comportamento do povo norte-americano expressando necessidades de conter os males do capitalismo podem promover mudanças políticas internas e externas corroendo o imperialismo no centro de seu território principal. Tais mudanças, hipotéticas, poderiam alterar a forma de atuar de seus dirigente ou novos dirigentes políticos, não só a nível local e estadual, mas também colocando em risco a política secular de alternância de dois partidos políticos que possuem somente divergências secundárias em relação ao futuro dos Estados Unidos, porém se agregam na defesa do sistema capitalista bárbaro, anti-social e que desregula a vida das pessoas.

Um Estado de Bem Estar Social não é uma possibilidade, nem em médio prazo, nos Estados Unidos. Pode ser no longo prazo, se não ocorrerem rupturas mais definidas por uma mobilização nacional que envolva todo povo norte-americano - o que pode significar a auto-destruição do país nos moldes de sua constituição em 1776 - e ter um fim igual ao da União Soviética. Isso seria incrível e surpreendente. Se ocorrer, pode devolver ao mundo todo a esperança de Paz.

Paz que está constantemente ameaçada no Oriente Médio por um comportamento dos imperialistas que impede um encontro fraterno entre palestinos e israelenses. Paz que é difícil nas Américas: no norte, o povo de Quebec quer sua independência (ele fala francês, num país hegemonicamente anglófilo - o Canadá); na América Central, os povos da Nicarágua, de El Salvador, da Guatemala, do Panamá e da Costa Rica já não aguentam o intervencionismo ianque nos rumos de suas próprias nações e, na América do Sul a Colômbia é vítima de uma política de combate ao narcotráfico que não permite a conciliação nacional entre os partidários da repressão violenta aos narcotraficantes e os que buscam a união nacional que englobe todos os atores da sociedade colombiana no combate a estas máfias assassinas. As FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia devem ser contadas entre esses segmentos pacificadores do país. Porém, não é só na Colômbia que a América do Sul, sofre com o intervencionismo, cada vez mais desmascarado pelos povos da região como no Peru, no Equador, no Uruguai, na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Brasil - onde a ação ocorre na estúpida maneira em que o governo federal e os partidos que compõem o campo majoritário nos estados e municípios são tratados pelo monopólio dos meios de comunicação. A corrupção corre solta entre estes agentes do imperialismo que utiliza o tema contra todos os inimigos do imperialismo.

Como vemos, até para nós, brasileiros, uma mudança nos rumos dos Estados Unidos pode nos dar mais tranquilidade em nosso processo de desenvolvimento social, econômico e político. Deixaremos de ter como antagonistas fortes os vende-pátria, os militares saudosos da hegemonia norte-americana, os corruptos e corruptores escondidos pela mídia monopolista.

Vamos apostar num mundo melhor?

Acreditando que isso é possível e

que não está longe se participarmos efetivamente dos rumos de nosso país.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Quando devemos ir à praia?

Todo dia me pergunto quando devo ir à praia. O sol brilha forte e o calor é insuportável e fico com medo de ter minha pele maltratada pelo sol, dessa forma digo para mim, não é hora de ir à praia. A chuva cai e o vento frio vem do Pólo Sul e digo que loucura seria ir até a beira do mar. Então, deixo para depois, mais uma vez, a alegria de escutar o barulho das ondas do mar se quebrando na areia. Deixo de sentir a imensidão do horizonte largo e inescrutável...

E fica assim minha pergunta: quando devemos ir à praia?

Creio que cada um de nós teríamos uma resposta boa, convincente e final. Eu não consigo ter esta resposta para mim, de forma tão clara e objetiva - agora, imperiosa, porque moro tão perto da praia. A dúvida me assalta todas as vezes em que acordo e já passou da hora em que eu deveria estar aproveitando o bom sol - o de antes das 10 ou 11 horas da manhã. Eu também fico me questionando se devo ir ao banho de sol e mar depois das três horas da tarde, quando a praia está mais vazia e propensa a estar mais fria.

Uma motivação da qual discordo veementemente é ir à praia porque outras pessoas nos dizem que devemos ir porque faz bem à saúde, tira a palidez própria das doenças, reforça nosso ânimo, etc. O motivo pelo qual devo ir aproveitar o litoral não deve se restringir aos dias de sol e de calor. Eu não vou à praia para apanhar "um bronze" e, tampouco para brincar. Eu fico assustado com pessoas que acreditam estar se divertindo se expondo ao sol causticante do meio dia, que adoram serem encoberta pela areia da praia e que comem algo que não é para ficar mais do que alguns minutos fora de uma geladeira.

As pessoas que visitam uma praia deveriam ser alertadas pelas autoridades sanitárias sobre os riscos que a saúde corre frente ao descompromisso com um comportamento civilizado no banho de mar. Creio que as pessoas deveriam ser informadas que não deve estar ao sol nas horas de maior calor: entre as 10h30m e as 15h30m. Nestas horas o calor é muito forte.

Outra orientação que as pessoas deveriam receber é: vá habituando-se devagar ao sol. Cada dia aumente alguns minutos, conforme sua pele e seu passado de frequentador de praias. Deve-se sempre usar o protetor solar, com filtro garantido, não o bronzeador! Quem não está acostumado deve cuidar-se e usar o fator 5 ou o de maior grau que estiver disponível no mercado. O protetor deve ser passado antes de ir para a praia e reforçado após banhos no mar feitos seguidamente. Ou mesmo após ter suado muito.

As pessoas precisam lembrar que todas as partes do corpo são vulneráveis aos raios solares. Portanto não devem esquecer os cantinhos que muitas vezes acreditamos estarem livres da atuação maligna do sol. Não devem esquecer de proteger o peito dos pés, as costas das mãos, as orelhas, o nariz, os lábios e a área em redor dos olhos. São zonas muito olvidadas, mas que também queimam!

Cuidado! O filtro solar é para ser usado mesmo na sombra! Isto não pode ser esquecido: usar o protetor o tempo em que fique debaixo de um guarda-sol ou árvore para estar com a pele protegida do sol. É que sombra não impede totalmente a passagem dos raios solares, e a luz refletida na areia pode provocar uma queimadura.

Essas dicas são importantes, mas insuficientes para a decisão final de ir à praia.

No final, nos decidimos a ir à praia quando bem entendemos e correndo todos os riscos. Afinal como é gostoso receber os raios solares em nossa pele, como é gostoso sentir a água do mar nos encobrindo e nos refrescando...




domingo, 2 de outubro de 2011

LUTA REAL CONTRA A CORRUPÇÃO!

Enquanto imbecis andam com vassourinhas ridículas, fazendo palhaçadas nas ruas, e que foram a marca de um dos políticos mais corruptos da nossa história, Jânio Quadros, o lado sério de nossa sociedade está pressionando o Congresso Nacional a aprovar leis que realmente garantam a apuração de denúncias e a punição dos corruptos e corruptores.

Só a sociedade organizada de forma eficiente e eficaz garantirá as mudanças das leis que ainda mantém impune os responsáveis pelo desvio do dinheiro público em nosso país.

É preciso que a maioria da sociedade brasileira pressione seus deputados e senadores eleitos para que a Frente contra a Corrupção, que trabalha de forma intensiva nesta casa, consiga os frutos do que estão realizando para efetivamente combater e punir a corrupção de homens públicos, ladrões do povo.


Notícia boa que vem de Brasília!

Por Agência Brasil, Agência Brasil, Atualizado: 2/10/2011 16:42
Frente parlamentar cobra votação de projetos de combate à corrupção | Agência Brasil
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Priscilla Mazenotti

Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Frente Parlamentar de Combate à Corrupção pretende pressionar o Congresso Nacional para aprovar os projetos que propõem medidas para enfrentar a corrupção. Hoje, há na Casa 160 propostas que tratam de temas como aumento do combate e tipificação dos crimes de corrupção, restrições a ocupantes de cargos públicos com informações privilegiadas e maior fiscalização na liberação de recursos públicos na contratação de obras e serviços.

De acordo com o presidente da frente, deputado Francisco Praciano (PT-AM), a prioridade é aprovar os projetos que criam varas estaduais exclusivas para crimes de corrupção e câmaras nos tribunais de Justiça, nos tribunais superiores e no Supremo Tribunal Federal para analisar processos de corrupção. 'Temos milhares de processos tramitando na Justiça e os que envolvem corrupção ficam parados nessa fila', disse Praciano.

A frente pretende conversar com os líderes partidários para iniciar um movimento na Casa em favor da análise dos projetos. 'Queremos fazer uma espécie de PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] de combate à corrupção com os Três Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. A impressão que temos é que estamos sempre esperando o próximo escândalo', destacou Praciono.

Entre os projetos de combate à corrupção que tramitam na Casa, 23 estão prontos para votação em plenário. Alguns estão na fila de espera há dez anos, como o de autoria do então deputado Custódio Matos, que aumenta a pena para os crimes contra a administração pública. Na mesma situação está a proposta do então deputado Antônio do Valle, que estabelece que o prazo de prescrição da pena começa a partir do momento em que o fato se torna conhecido e não quando o crime foi cometido.

Edição: João Carlos Rodrigues

Agência Brasil - Todos os direitos reservados.

sábado, 1 de outubro de 2011

Do inesquecível Bertold Brecht

"O Vosso tanque General, é um carro forte

Derruba uma floresta esmaga cem
Homens,
Mas tem um defeito
- Precisa de um motorista

O vosso bombardeiro, general
É poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
E transporta mais carga que um elefante
Mas tem um defeito
- Precisa de um piloto.

O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito
- Sabe pensar."

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Rosh Hashaná

5773 anos!
Esta é a quantidade de anos que a civilização judia possui. Quanta sabedoria e história, quanta luta para manter sua religião e força para manter suas raízes tão antigas tão presentes no mundo de hoje e que se expressam em uma só palavra: SHALON!

É isso que o povo israelense deseja preservar em sua terra natal, no lugar onde seus antepassados se uniram para manter e cultivar a idéia de um Deus Único e Poderoso: PAZ! Nesse sentido é necessário que todos os povos e países de cultura diversa entendam a luta do povo de Israel pela sua identidade e a busca de garantias para que respeitem seu território - conquistado com muita tristeza e depois de um período em que o ódio se exacerbou por toda humanidade e que ceifou a vida de cerca de oito milhões de judeus ( que Deus os tenha recolhido no Seu Grande e Misterioso Amor).

Vejo algumas pessoas em todo mundo condenarem Israel por se defenderem. Por buscar abrir espaço no Oriente Médio à convivência pacífica entre todos os povos, seguidores de religiões distintas através do diálogo, quando necessário, com a força de um povo que foi subjugado pelo horror nazista e pelas diversas perseguições de que foram vítimas por exercerem sua fé!

Os mapas dos países limítrofes a Israel sequer reconhecem a existência do território de um país que se constituiu pelo amor fraternal entre pessoas que viviam milhares de quilômetros umas das outras devido ao êxodo milenar imposto a quem não sucumbiu à dominação romana, cristã, muçulmana...

É preciso registrar isto para que não me venham defender o que terroristas fazem em nome da formação do Estado Palestino. Esse estado só poderá se constituir se realmente estiver aberto ao diálogo e à avassaladora necessidade de integração e respeito às culturas dos povos estejam eles onde estiverem. Palestinos podem viver pacificamente no Estado de Israel. O mesmo não se pode dizer dos judeus que vivem em território palestino. O Estado de Israel tem que zelar corretamente por seus irmãos e irmãs de fé em qualquer parte do mundo.

Fica aqui um manifestação de esperança. Se judeus, muçulmanos, cristãos podem conviver bem em tantas partes do mundo, como o Brasil, por que não podem no Oriente Médio.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

MOVIMENTO CONTRA A CORRUPÇÃO?

Eu fico muito irritado com a pequeno-burguesia brasileira, que sempre que é derrotada nas urnas pela classe trabalhadora, apela para o tema da "corrupção" dos políticos e vem com suas "vassouras" ridículas apostar numa mudança de rumo na política que impões uma inclusão social mais forte e que é responsável pelo Brasil caminhar para um futuro brilhante, de paz social, de mercado interno robusto e contando com todos os cidadãos! É uma classe que, infelizmente, pode muitas vezes desejar a Democracia e o Socialismo, porém, facilmente, se subjuga aos estereótipos da burguesia que sabe manipular muito bem os desejos de consumo e de vida desta classe.

É uma vergonha gente que vive bem há séculos, comem bem desde que nasceram, que sempre fecharam os olhos para o horror que aconteceu em nosso país entre 1964 e 1988, quando éramos subjugados por militares vende-pátria, psicopatas, torturadores e perseguidores dos movimentos sociais, populares e democráticos, desejarem se mostrar mais real que o rei e vir fazer estas "passeadinhas" de meia dúzia e ter o apoio dos maiores corruptos e corruptores do Brasil (Rede Globo, Veja, artistas vende-pátria, políticos derrotados nas eleições, etc).

Essa cambada de pseudos-defensores da moralidade, no cotidiano, exercem os comportamentos mais dissolutos e bandidos: sempre estão a defender políticos safados e da classe opressora, juízes corruptos, policiais sem disciplina e aliados ao narco-tráfico, militares saudosos da vergonha nacional (corruptos intocáveis e que ainda se reúnem nos clubes militares para comemorar o ódio!) e aliados no tráfico internacional de armas, inimigos da Paz (debocham do glorioso papel exercido pelas atuais Forças Armadas nas ações pela pacificação de sociedades em guerra civil - no Haiti, Timor Leste, etc solicitados pela Organização das Nações Unidas - daí a imprescindível necessidade do Brasil ter um assento no Conselho de Segurança do organismo ), execram o desenvolvimento em nome de quem está sendo manipulado por interesses escusos e anti-nacionais e os "bobos da corte" (que acreditam firmemente que um movimento contra a corrupção - neste momento de avançarmos na legislação anti-corrupção - é honesto e tem mesmo como objetivo acabar com a corrupção).

Esses bandidos de classe média e rica não gostam quando dizemos que precisou um operário, apoiado pelos verdadeiros democratas, socialistas e comunistas, dar corpo e força para a Corregedoria Geral da União, órgão criado demagogicamente por FHC e efetivamente obtendo poder de ministério para acompanhar, investigar e denunciar a corrupção no serviço público federal somente com a chegada de Lula e do PT à Presidência da nação.

"A Medida Provisória n° 103, de 1° de janeiro de 2003, convertida na Lei n° 10.683, de 28 de maio de 2003, alterou a denominação do órgão para Controladoria-Geral da União, assim como atribuiu ao seu titular a denominação de Ministro de Estado do Controle e da Transparência."

http://www.cgu.gov.br/default.asp

Por quê os meios de comunicação se calam frente à VERDADE?

Porque servem aos interesses dos grandes monopólios de comunicação internacional em crise!
E estão em crise porque os povos, paulatinamente, estão descobrindo o quanto estes monopólios manipulam as informações, tornando-se asseclas dos produtores de armas, de terroristas que combatem a liberdade das pessoas, os interesses da agiotagem internacional e do neoliberalismo que tanto mal fez ao nosso país até os anos do governo do "francês" FHC.

O governo do Presidente Lula foi e é o momento da grande virada do Brasil! O país deixou de ser devedor do FMI, do Banco Mundial e outros organismos, passando a credor! O país está sofrendo uma modificação que incomoda os que sempre tiveram no nosso povo simples, honesto e trabalhador um saco de pancadas e objeto do deboche para seus delírios de "american way of life" ou "degustador de vinho francês".

No verdadeiro combate à corrupção é necessário lutar por modificações na composição do Congresso Nacional de forma democrática: elegendo-se deputados e senadores comprometidos com as causas populares e democráticas. O combate à corrupção só se dará efetivamente com uma fiscalização maior, radical e profunda do Poder Judiciário com participação popular, social e política eficaz (eleição pela população dos juízes de primeira instância, abertura de todos os processos sob sigilo nos TJ dos Estados, no STF e no STJ, fim dos privilégios deste Poder). A possibilidade de se requerer publicamente a destituição de políticos que se tenham corrompido e que sejam julgados por seus pares em votação aberta e com participação popular real e efetiva.

Eu vejo como piada o surgimento da proposta de assembléia constituinte feita por políticos do DEM e do PSD: essa raça apoiou a ditadura, sempre é denunciada pela sua ação truculenta e corrupta. Chega a ser uma ofensa para a minha consciência de cidadão que uma senadora defensora do trabalho escravo vem com esta proposta de constituinte - chego a temer pelo fim do processo democrático profundo pelo qual passa o país!

http://www.reporterbrasil.org.br/exibe.php?id=1193

Então, pessoal, cuidado! Principalmente o pessoal do PSOL - já estão cada vez mais caminham para serem os fantoches da Direita fascista e autoritária! Muito cuidado com este papo de movimento contra a corrupção fazendo o papel de palhaços no meio da rua.

Desconfiem desses políticos e estudem seu passado! A moralidade e a ética são objetos de verificação sim, mas muitos mais que isto, são formas de atuar, de tornar público todos os atos dos homens públicos sejam eles políticos ou militares, industriais ou líderes sindicais, juízes e comunicadores de imprensa, enfim todos que possuem uma responsabilidade requisitada frente ao fato de que possuem poder delegado pelo povo.

POR UM COMBATE EFETIVO E RADICAL À CORRUPÇÃO!
PELO PODER DEMOCRÁTICO DOS TRABALHADORES!
VIVA O GOVERNO FEDERAL, POPULAR E DEMOCRÁTICO!




terça-feira, 27 de setembro de 2011

TREMAI, AUTORITÁRIOS LADRÕES DO POVO!

Nossa presidente fez o discurso de abertura anual da Assembléia das Nações Unidas. Dilma Roussef foi a primeira mulher a fazer isto porque é o representante oficial brasileiro quem abre essas assembléias. Nada demais se não fosse a posição firme de Dilma quanto às questões de Direitos Humanos, Democracia e Desenvolvimento econômico-social que o Brasil expressa de forma incomparável para toda humanidade. Nosso país deu um salto de qualidade e quantidade após os anos dos governos do presidente Lula - de qualidade quando incorporou milhões de miseráveis e pobres a uma classe média que mantém aquecida a economia, de quantidade, quando fez o Brasil crescer de uma forma tão veloz que os números do crescimento econômico são imensos.

Mas essas lideranças não têm apoio de uma mídia que recebe muita dinheiro público para existirem. Respeite-se a liberdade de imprensa, de expressão, mas não os abusos difamatórios quase sempre irresponsáveis que não respeita sequer o direitos pleno de resposta.

Pior quando elementos pagos pela mídia e pelos setores mais atrasados, anacrônicos e vende-pátria questionam uma homenagem merecida, um reconhecimento elegante de uma instituição universitária que prega - corretamente - que um diploma não faz um bom profissional, um bom cidadão. Lula está sendo mais uma vez vítima desta parte da sociedade brasileira que não aguenta ver "pobre" andando em seu carro próprio, viajando pelo mundo, vestindo-se melhor, alimentando-se dignamente, etc

http://www.blogcidadania.com.br/2011/09/imprensa-brasileira-foi-a-franca-reclamar-de-premiacao-a-lula/

Chorem, tucanalhas imbecis! Gritem, demoníacos racistas! Esperneiem, papistas comunistas covardes!

O povo brasileiro continua em seu caminho rumo à vitória retumbante da Democracia, de uma sociedade mais justa e igualitária - Socialista!


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Fiquei longe bastante tempo...

porém tenho meus motivos. O maior, todavia, é o fato de eu ter mudado de cidade. E que troca!!! Saí de uma megalópole cheia de poluições, onde multidões se cruzam aos esbarrões e onde a vida não fluía, para mim, de forma agradável.

Reconheço que eu sou um pouco diferente das pessoas comuns. Tenho determinados pensamentos que não são conformados pela maioria das pessoas. Por isso defendo insistentemente a existência da liberdade de expressão e comunicação. Um ser livre só ode tentar alcançar sua felicidade se puder se exprimir da maneira que achar melhor e se comunicar através de todos os meios que conseguir atuar.

Saí do Rio de Janeiro aos 24 anos de idade. Fui para São Paulo, de onde venho, agora, para o Guarujá. Mudanças que ocorreram de forma distintas. Na primeira vez foi a soma de um desejo de morar próximo ao setor da classe operária mais avançada do país e de ajudar minha tia - a pedido de minha avó. Foram motivos bastantes altruístas! Desta feita não, pensei em mim, na minha aposentadoria e em como aproveitar melhor os últimos anos de vida.

Não errei! O Guarujá segue sendo cotidianamente uma boa surpresa. Nada de cidadãos enfurecidos buscando espaços nos já exíguos existentes nas megalópoles. Tudo muito devagar. Devagar que muitas vezes me irrita. Fazer o que? É assim mesmo que devemos viver: com tranquilidade, sem demandar a impossível pressa dos que querem para ontem o que se pode esperar para depois.

Agora é correr para o abraço! Aproveitar o mar em qualquer dia, ouvindo seu barulho que acalma e te devolve a esperança de que nada é sempre igual para si e para ninguém. Tudo de modi-

fica com o tempo.

http://youtu.be/wLOHTB7xByg

domingo, 27 de fevereiro de 2011

VALORIZAR A SI MESMO

Cada vez mais se torna necessário à comunidade LGBT estar atenta ao que se passa no Congresso Nacional e nos demais poderes da República.
O ataque de fundamentalistas religiosos é permanente e persecutório. Querem impor ao país seus ódios e preconceitos contra cidadãos e cidadãs que pagam seus impostos, cumprindo seus deveres  e possuem dezenas de direitos negados, como os descritos no artigo abaixo:






"78 direitos são negados aos casais homossexuais!


PELO MENOS 78 DIREITOS SÃO NEGADOS A CASAIS HOMOSSEXUAIS E NÃO 37, COMO SE PROPALA
Por Redação e Carlos Alexandre N. Lima - Salvador,BA 6 de julho de 2009


Casamento com nome e sobre nome é um direito negado no Brasil e em quase todo o mundo. Adotar crianças, nem pensar!
Foi publicado pela Revista SUPER INTERESSANTE, edição 202, de julho de 2004, uma relação fornecida pelo jornalista Sérgio Gwercman, constando que pelo menos 37 direitos que são negados a casais homossexuais. A matéria foi longa e extremamente bem realizada, tendo na capa uma foto de duas mulheres, aparentemente numa celebração de união, com a seguinte chamada: "CASAMENTO GAY".
Essa relação até hoje vem sendo repetida em vários segmentos LGBTs e até alguns políticos integrantes do Poder Legislativo a reproduzem, razão pela qual ora se transcreve:

"37 razões para dizer sim
Você pode não pensar neles, mas ao casar ganhamos algumas dezenas de benefícios. Confira a lista dos direitos aos quais casais gays não têm acesso

1. Não podem casar
2. Não têm reconhecida a união estável
3. Não adotam sobrenome do parceiro
4. Não podem somar renda para aprovar financiamentos
5. Não somam renda para alugar imóvel
6. Não inscrevem parceiro como dependente de servidor público
7. Não podem incluir parceiros como dependentes no plano de saúde
8. Não participam de programas do Estado vinculados à família
9. Não inscrevem parceiros como dependentes da previdência
10. Não podem acompanhar o parceiro servidor público transferido
11. Não têm a impenhorabilidade do imóvel em que o casal reside
12. Não têm garantia de pensão alimentícia em caso de separação
13. Não têm garantia à metade dos bens em caso de separação
14. Não podem assumir a guarda do filho do cônjuge
15. Não adotam filhos em conjunto não podem adotar o filho do parceiro
16. Não podem adotar o filho do parceiro
17. Não têm licença-maternidade para nascimento de filho da parceira
18. Não têm licença maternidade/ paternidade se o parceiro adota filho
19. Não recebem abono-família
20. Não têm licença-luto, para faltar ao trabalho na morte do parceiro
21. Não recebem auxílio-funeral
22. Não podem ser inventariantes do parceiro falecido
23. Não têm direito à herança
24. Não têm garantida a permanência no lar quando o parceiro morre
25. Não têm usufruto dos bens do parceiro
26. Não podem alegar dano moral se o parceiro for vítima de um crime
27. Não têm direito à visita íntima na prisão
28. Não acompanham a parceira no parto
29. Não podem autorizar cirurgia de risco
30. Não podem ser curadores do parceiro declarado judicialmente incapaz
31. Não podem declarar parceiro como dependente do Imposto de Renda (IR)
32. Não fazem declaração conjunta do IR
33. Não abatem do IR gastos médicos e educacionais do parceiro
34. Não podem deduzir no IR o imposto pago em nome do parceiro
35. Não dividem no IR os rendimentos recebidos em comum pelos parceiros
36. Não são reconhecidos como entidade familiar, mas sim como sócios
37. Não têm suas ações legais julgadas pelas varas de família"

Mas a relação acima está muito aquém da nossa realidade.

Estranho o fato de tantas organizações não governamentais, com assessorias jurídicas diversas, vários encontros nacionais e apoio financeiro governamental, nunca houvessem se dado ao trabalho de perder um pouco mais de hora para verificar as impressionantes ausências de direitos em tal relação. Aliás, já causa estranheza que a maravilhosa iniciativa desta relação advenha de alguém fora do chamado Movimento LGBT "organizado". De qualquer forma, presto aqui minha homenagem ao jornalista Sérgio Gwercman, até porque o mesmo movimento repete a lista sem sequer cogitar o nome de seu autor.
A par do mérito da lista divulgada, na verdade, a título meramente exemplificativo, sem pesquisar as inúmeras leis existentes, PODERÍAMOS ULTRAPASSAR NA RELAÇÃO MAIS DO DOBRO DESTE NÚMERO DE DIREITOS NEGADOS AOS CASAIS HOMOSSEXUAIS, senão vejamos:

38- não têm direito real de habitação, decorrente da união (art.1831 CC)
39- não têm direito de converter união estável em casamento
40 ? não têm direito a exercer a administração da família quando do desaparecimento do companheiro (art.1570 CC)
41- não têm direito à indispensabilidade do consentimento quando da alienação ou gravar de ônus reais bens imóveis ou alienar direitos reais (art.235 CC)
42- não têm direito a formal dissolução da sociedade conjugal, resguardada pela lei
43 ? não têm direito a exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos na hipótese do companheiro falecido (art.12, Par. Único, CC)
44- não têm direito a proibir a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem do companheiro falecido ou ausente (art.20 CC)
45- não têm direito a posse do bem do companheiro ausente (art.30, par. 2º CC)
46- não têm direito a deixar de correr prazo de prescrição durante a união (art,197, I, CC)
47- não têm direito a anular a doação do companheiro adultero ao seu cúmplice (art.550, CC)
48- não têm direito a revogar a doação, por ingratidão, quando o companheiro for o ofendido (art.558, CC)
49 ? não têm direito a proteção legal que determina que o companheiro deve declarar interessa na preservação de sua vida, na hipótese de seguro de vida (art.790, parág. Único)
50- Não têm direito a figurar como beneficiário do prêmio do seguro na falta de indicação de beneficiário (art.792, CC)
51- Não têm direito de incluir o companheiro nas necessidades de sua família para exercício do direito de uso da coisa e perceber os seus frutos (art.1412, par. 2º, CC)
52-Não têm direito de remir o imóvel hipotecado, oferecendo o valor da avaliação, até a assinatura do auto de arrematação ou até que seja publicada a sentença de adjudicação (art.1482 CC)
53- Não têm direito a ser considerado aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade (art.1595 CC)
54- Não têm direito a demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro (art.1641, IV CC)
55- Não têm direito a reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro companheiro ao amante (art.1641, V CC)
56- Não têm direito a garantia da exigência da autorização do outro, para salvaguardar os bens comuns, nas hipóteses previstas no artigo 1647 do CC
57- Não têm direito a gerir os bens comuns e os do companheiro, nem alienar bens comuns e/ou alienar imóveis comuns e os móveis e imóveis do companheiro, quando este não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe (art.1651 do CC)
58- Não têm direito, caso esteja na posse dos bens particular do companheiro, a ser responsável como depositário, nem usufrutuário (se o rendimento for comum), tampouco procurador (se tiver mandato expresso ou tácito para os administrar) ? (art.1652 CC)
59- Não têm direito a escolher o regime de bens que deseja que regule em sua união
60- Não têm direito a assistência alimentar (art.1694 CC)
61- Não têm direito a instituir parte de bens, por escritura, como bem de família (art.1711 CC)
62- Não têm direito a promover a interdição do companheiro (art.1768, II CC)
63- Não têm direito a isenção de prestação de contas na qualidade de curador do companheiro (art,1783 CC)
64- Não têm direito de excluir herdeiro legitimo da sua herança por indignidade, na hipótese de tal herdeiro ter sido autor, co-autor ou partícipe de homicídio doloso, ou tentativa deste contra seu companheiro (art.1814, I CC)
65 ? Não têm direito de excluir um herdeiro legitimo de sua herança por indignidade, na hipótese de tal herdeiro ter incorrido em crime contra a honra de seu companheiro (art.1814, II CC)
66 ? Não têm direito a Ordem da Vocação Hereditária na sucessão legítima (art.1829 CC)
67- Não têm direito a concorrer a herança com os pais do companheiro, na falta de descendentes destes (1836 CC)
68- Não têm direito ser deferida a sucessão por inteiro ao companheiro sobrevivente, na falta de descendentes e ascendentes do companheiro falecido (art.1838 CC)
69- Não têm direito a ser considerado herdeiro "necessário" do companheiro (art.1845 CC)
70- Não têm direito a remoção/transferência de servidor público sob justificativa da absoluta prioridade do direito à convivência familiar (art.226 e 227 da CF) com companheiro.
71- Não têm direito a transferência obrigatória de seu companheiro estudante, entre universidades, previstas na Lei 8112/90, no caso, ser servidor público federal civil ou militar estudante ou dependente do servidor.
72- Não têm direito a licença para acompanhar companheiro quando for exercer mandato eletivo ou, sendo militar ou servidor da Administração Direta, de autarquia, de empresa pública, de sociedade de economia mista ou de fundação instituída pelo Poder Público, for mandado servir, ex-officio, em outro ponto do território estadual, nacional ou no exterior.
73- Não têm direito a receber os eventuais direitos de férias e outros benefícios do vínculo empregatício se o companheiro falecer
74- Não têm direito ao DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres, ou por sua Carga, a Pessoas Transportadas ou Não), no caso de morte do companheiro em acidente com veículos
75- Não têm direito a licença gala, quando o trabalhador for celebrar sua união, podendo deixar de comparecer ao serviço, pelo prazo três dias (art.473, II da CLT) e se professor, período de nove dias (§ 3º., do art. 320 da CLT) .
76- Não têm direito, de oferecer queixa ou de prosseguir na ação penal, caso o companheiro seja o ofendido e morra ou seja declarado ausente (art.100 § 4º CP)
77 ? Não têm direito as inúmeras previsões criminais que agravam ou aumentam a pena contra os crimes praticados contra o seu companheiro
78- Não têm direito a isenção de pena no caso do crime contra o patrimônio praticado pelo companheiro (art.181 CP) e nem na hipótese do auxílio a subtrair-se a ação da autoridade policial (art.348 § 2º CP)

Nem se cogite que estes outros 41 direitos ora resgatados são menos importantes que aqueles 37 iniciais, pois para a lei não existem direitos desinfluentes e se fossem, não estariam expressamente previstos como garantias conferidas aos cônjuges e conviventes heterossexuais.
Tampouco, ressalvo, se encerram nestes 78 itens relacionados os direitos negados aos casais homossexuais, pois os acréscimos aqueles 37 direitos iniciais decorreram de uma rápida e muito superficial observância junto a algumas leis federais, devendo ainda muitas outras leis serem verificadas. ( Carlos Alexandre N. Lima)".
Dizer que a comunidade LGBT quer direitos especiais é um absurdo homofóbico dos que negam que no Brasil não há racismo e violência contra a mulher!
Sempre adiante!


Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

VITÓRIA DAS TRABALHADORAS E TRABALHADORES DO BRASIL!


Ontem, dia 23 de fevereiro de 2011, o Senado Federal aprovou, na íntegra, o projeto enviado ao Poder Legislativo pela Presidente Dilma, regulamentando a forma de valorizar o salário mínimo no país, nos próximos 4 anos! É a continuidade de uma política de restauração do valor deste salário, iniciado pelo Presidente Lula, em acordo com as Centrais Sindicais (legalizadas por ele) que levou o salário mínimo de um valor de 70 dólares para mais de 300 dólares, valorizando ainda a nossa moeda e o seu poder de compra.

É um Brasil determinado e vibrante que vem surgindo e levando de chofre aqueles que se opõem à Força do Povo! A oposição vende-pátria vai até o Supremo Tribunal Federal para tentar barrar esta vitória. Conseguirão?

O povo unido jamais será vencido!