sexta-feira, 7 de outubro de 2011

SOLIDÃO MATA!

Uma das coisas que eu mais temo é a solidão. Sou humano e sei que isto é muito possível. Infelizmente a humanidade ainda não encontrou seu caminho para que todos possam conviver de forma respeitosa e sem dominação.

A solidão ocorre quando temos nossos próprios medos internalizados, em nossa mente e não conseguimos compartilhar com ninguém o que vai em nossa consciência. Imaginamos que ela acontece quando nos isolamos, ou somos isolados. Pensamos que estamos sós quando não encontramos com quem partilhar nossos objetivos, nossas metas, nosso desejo. Porém a solidão é algo muito mais sério: acontece quando perdemos o sentido de que somos seres humanos dotados de sentimentos, prazeres, tristezas, alegrias...enfim quando descobrimos que podemos chorar e rir, cantar e fazer silêncio obsequioso... a solidão nos pega sentados em frente à televisão, ao computador, nos cinemas, teatros, shows e não partilhamos, não dividimos nossas impressões sobre o que estamos vendo com quem está ao nosso lado...

Podemos ser felizes na solidão?

Acredito que cada ser humano é diferente: possui suas próprias necessidades e tem seus próprios pensamentos. Então acredito sim, a solidão pode tornar alguém muito feliz. Acredito, entretanto, que a maioria dos seres humanos não gosta da solidão e fazem de tudo para dela saírem. É fácil observar isto na convivência familiar quando tantos confrontos existem e tantas vezes são perdoados. Também podemos sentir isso quando a maioria das pessoas perdoam qualquer incômodo com uma pequena, mas forte, palavra: Desculpe!

A sociabilidade é, então, a forma na qual superamos nosso medo do outro e podemos encontrar o caminho do convívio.

Não podemos abrir mão do que se passa na nossa mente: nossos sonhos, nossa forma de encarar o mundo, as pessoas, o lugar onde vivemos. porém, temos que nos esforçar para aceitar quem é diferente de nós mesmos e que muitas vezes nos irritam e nos dá vontade de abandonar. isso parece fácil, mas não é. O esforço em superar o que não gostamos é muito grande e exige exercícios contínuos da capacidade de deixar o outro ser do jeito que é, desde que não nos prejudique e nos traga alguma dor física, mental e social (o preconceito).

Tenho entretanto que afirmar: a solidão mata!

Mata quando nos calamos frente à opressão, ao ódio, à discriminação, à violência, ao deboche irresponsável com vidas e amores. A solidão provoca uma dor mortal porque não insistimos na nossa capacidade de respeitar o outro como ele é, não aceitamos que existe um ser diferente em cada corpo que caminha pelas ruas, praças, avenidas, que vive em suas casas, apartamentos, barracos, nas calçadas, na selva.

Essa solidão deve ser compreendida e combatida: amor próprio e amor social são os remédios para esta solidão.

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